Resenha: O caçador de pipas, de Khaled Hosseini

Por Camyla Rodrigues

Amir e Hassan são dois garotos afegãos, amigos desde os primeiros passos. Os dois perderam suas mães logo após o nascimento e tiveram a mesma ama de leite, o que para eles é considerado um laço forte. Só que Amir é filho do patrão, e Hassan o filho do criado. Um pashtun e o outro hazara. Um sunita e outro xiita. Mas como são crianças isso não importa, e eles se divertem e brincam o tempo inteiro. A brincadeira preferida deles é empinar pipas. O acontecimento mais importante do ano para os meninos é o campeonato de pipas, e eles se preparam e se dedicam muito para esse dia. Tinha tudo para ser um dos dias mais felizes para eles. Amir estava indo muito bem, porém um incidente fez esse dia se tornar um pesadelo que muda suas vidas.  

Amir não consegue lidar com a culpa de ter sido covarde, e acha que a melhor maneira é afastar-se de Hassan. O pai de Hassan parte então da casa dos patrões e eles perdem o contato.

Em seguida acontece uma série de sucessivos golpes de estado no Afeganistão, o que faz o pai de Amir tomar a dificíl decisão de largar tudo o que eles têm, e com seus recursos consegue fugir para os Estados Unidos. Lá eles começam a trabalhar, Amir vai para a faculdade, consegue realizar seu sonho de ser um escritor de sucesso. Casa-se com a mulher de seus sonhos, vive o american dream.  A partir disso o livro começa até a ficar entediante.

Um dia ele recebe um telefonema de um velho amigo do Afeganistão. A pessoa diz que é hora de Amir ser bom de novo, e pede para que ele vá até lá. Ele nega, tem muito receio por toda situação de perigo que envolvia uma viagem até lá após o 11 de setembro. E acaba indo, pois sabe que se não o fizer nunca terá tranquilidade em sua consciência.

Então a história toma um rumo de aventura, pois chegando lá ele se depara com um Afeganistão completamente devastado pela guerra. Tudo o que conhecia de seu país já não era mais o mesmo, e pode-se ter um retrato de como o extremismo religioso, o fanatismo, a ideia de achar que os outros são inferiores, podem destruir um lugar. Foi isso que o talibã fez com o Afeganistão. O horror. Basta pesquisar o que eles fizeram com o povo hazara, ou sobre a destruição dos budas de Bamiyan, ambos são eventos citados no livro. 

Amir não consegue corrigir os erros de seu passado, e nem as coisas ruins que decorreram de sua decisão errada no fatídico dia do campeonato de pipas. Contudo, para saber se ele conseguiu se libertar de seus fantasmas e ser bom de novo, é preciso ler o livro de Khaled Hosseini. Também é uma boa maneira de se conhecer um pouco dos costumes e da história do Afeganistão.

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